O numero de apreciadores da
beleza das orquídeas vem crescendo muito nos últimos tempos, e com ela aumentou
bastante a quantidade de espécies cultivada em casa. Essa apostila ensina como
a orquídea tenha uma vida longa e sempre florida
Todo cultivador seja amador ou
profissional, deve analisar periodicamente o cultivo de suas plantas, a fim de
avaliar as perdas do ano anterior. Neste processo, uma analise criteriosa deve
ser realizada por meio da avaliação de técnicas utilizadas por ele mesmo ou
seus auxiliares, contanto que esse manuseie as plantas diariamente.
Entre itens importantes a serem considerados, esta o local
de cultivo, o uso de madeira, defensivos químicos e alternativos naturais ,
água para irrigação , adubos químicos ou orgânicos , a inspeção diária em
relação ao aspecto fitossanitario e os cuidados no manuseio
Cultivo
As orquídeas exigem um
tratamento adequado, no qual se destacam vários fatores como : calor ,luz
,umidade ,ventilação ,regras de adubação , etc...
Quando qualquer
um desses itens um desequilíbrio ou é aplicado de maneira incorreta , resulta
logo no seu efeito negativo. No decorrer dessa apostila vamos mostrar os
tratamentos salutares que devemos usar.
1 – Onde as orquídeas são cultivadas :
Nos orquidários particulares e de
fundo de quintal, as orquídeas geralmente são penduradas em arvores , em
estruturas de madeira , ripas , telas de arame (presas em paredes) , muros ,
locais sombreado , e viveiros com tela para sombreamento .
Um erro comum é o cultivo com plantas
super-postas (uma sobre as outras) , as maiores vitimas desse cultivo são as
microrquideas.
O problema esta no fato de que fungos
e bactérias são transmitidos por esporos, partículas microscópicas que, ao
receber irrigação com mangueiras passam nas plantas de cima para baixo.
Isso também ocorre com larvas ou
ovos de insetos e, mesmo que sejam utilizados defensivos químicos ou naturais às
plantas perdem a vitalidade e acabam morrendo.
O que é certo é que uma planta
pode morrer mais facilmente pelo excesso do que pela falta de água ,regras
assim exageradas dificultam a aeração das raízes , que são mais facilmente
atacadas por fungos e podem apodrecer
O substrato deve ser bem poroso
para uma perfeita drenagem , substrato duros provocam o apodrecimento das
raízes , pois tem maior capacidade de
retenção . O amarelecimento das folhas das orquídeas é o resultado da morte das
raízes : sintoma mais característico das regras em excesso.
A luz é a fonte de vida. Sua presença ajuda a nutrir as plantas pela fotossíntese.
Em princípio , o crescimento das plantas
está subordinado á presença da luz. Cada
espécie , durante suas fases vegetativas, requer maior ou menor luminosidade.
Quando há muita luminosidade, o pigmento verde é utilizado mais rapidamente do
que pode ser recomposto, e a planta torna-se amarelada. Com essa coloração,
pela ausência ideal de quantidade de clorofila, há uma diminuição da capacidade
de fabricação dos alimentos, o vegetal enfraquece e pode até morrer.
Uma súbita exposição a raios
solares mais fortes produz queimaduras nas folhas. As flores também são sensíveis e fornecem rapidamente com
excesso de luz. A deficiência de luz diminui a floração. As orquídeas se
constituem em plantas muito desenvolvidas dentro do reino vegetal . Por isso tem
grande poder de adaptação. Nos brotos , quando exposto a luz , há uma secreção
de açucares que parece ser um mecanismo de adaptação , possibilitando a perda das quantidades de alimentos excedentes em
face a aceleração da fotossíntese pela iluminação exagerada. Há uma estreita
correlação entre luz e calor. A orquídea será mais resistente ao excesso de luz
, quando maiores forem as condições ambientais que diminuem a temperatura do
meio. Assim , ambiente ventilado, chão molhado e umidade do ar elevada fazem
com que as folhas esquentem menos e a planta resista melhor ao excesso de luz.
Há certo limites de temperatura
para um vegetal se desenvolver normalmente. Por essa razão , o calor pode ser
nocivo tanto por excesso , quanto por falta dele. Há estreita relação entre luz
e calor. Quando a luz é intensa , o calor aumenta , acelerando as funções da
planta. A evaporação é maior e é grande a perda de água pelo vegetal. Existe
uma temperatura adequada para cada espécie de orquídea. Quando ela se eleva
muito, a planta não floresce , seu metabolismo acelera , o gasto de alimento é
maior do que a reposição , o crescimento retarda, e as folhas amarelam e caem.
Já quando a temperatura ambiente é inferior a desejada a absorção da água e
alimentos se dá de modo lento, prejudicando a clorofila. Toda planta gosta uma
diferença de no mínimo de 8°C a 10°C de temperatura entre os período diurno e
noturno. Durante o dia a planta fabrica alimento, respira e cresce. À noite ,
não há síntese alimentar , mas a respiração e o crescimento continuam. Em dias
ensolarados , com media de temperatura em torno dos 30°C uma maior quantidade
de alimentos é fabricada. Nas cattleyas , a temperatura ideal diurna gira em
torno de 22°C e a noturna , por volta de 15°C.
Para controle da temperatura em
telados ou estufa podemos lançar mão do sombreamento , regras , vaporização de
água, aumento de ventilação ou umedecimento do piso. Piso de terra batida ,
areia ou pedriscos aumentam a superfície de evaporação.
A umidade é um dos fatores de
maior influencia no desenvolvimento das plantas. Quando insuficiente , provoca
o rápido secamento do substrato. As
plantas perdem água rapidamente ,
seus pseudobulbos se desidratam culminando com sua morte. Umidade excessiva ,
acompanhada por quedas de temperatura , torna as plantas mais sensíveis ao
ataque de doenças.
As orquídeas epífitas, que
vegetam sobre arvores somente como suporte, onde se fixam com suas raízes
completamente expostas, recebem uma total e ampla oxigenação,obtendo alimentos
para nutrição, por meio das poeiras e detritos ou restos de matéria orgânica em
decomposição .
Retiradas desse ambientes
naturais devemos dar-lhes um substrato adequado, semelhante ao que a natureza
lhes proporciona. Durante muitos anos já foi experimentado os mais diversos substratos
para o cultivo de plantas. Cada um oferecendo vantagens e desvantagens. Os mais
utilizados foram xaxim em pedaços , xaxim desfibrados , coxim (fibra de coco)
,vermiculita , piaçava , barbatimão ,pedrisco, casca de pinos , sphagnum,
etc... ,de todos eles o melhor foi o xaxim desfibrado ,porque possibilita uma
perfeita aeração para todo o substrato em que as raízes se infiltram e tem
perfeita oxigenação. Alem disso diminui a possibilidade de seu apodrecimento e
o aparecimento de doenças fúngicas nas raízes.
Um bom substrato deve ser estéril
, isento de fungos , sementeira de matos e de impurezas de modo geral. Deve ser
mantido levemente úmido. O substrato deve ter o PH neutro que é 7. O PH é o
índice de acidez ou alcalina do substrato.
PH
|
TIPO
|
1 a 6
|
Acido
|
7
|
Neutro
|
8 a 14
|
Alcalino
|
O ideal para uma boa cultura é o que esta entre 6 a 6,5 pH. Sabemos que
a absorção do nitrogênio é máxima quando o pH está neutro. O fósforo tem maior aproveitamento
pelas plantas quando o pH está entre 6,5 e 7,5.
O potássio tem menos influencia
na absorção do pH. Caberá a cada orquidófilo fazer suas experiências para tirar
suas conclusões. A respeito do substrato que melhor se adapta as suas
conveniências .
Obs : O xaxim está proibido por lei
Hoje existem substrato que são
vendidos que substituem o xaxim como a palha de arroz e cascas de pinos torradas .
Para as orquídeas terrestre o composto ideal é :
·
25% de terra barrenta
·
25% de terra vegetal
·
25% de areia grossa lavada
·
25% de humos de minhoca
Cattleya walkeriana
Por ser uma espécie rústica ,
possui um cultivo fácil , sendo bastante indicada para orquidófilos iniciantes.
Adapta –se a qualquer tipo de substrato , desde o sphagnum ate a fibra de
xaxim. Mas por ser uma espécie epífita , responde melhor o plantio em madeira ,
como troncos ou cascas de arvores de cascas rugosas , como a peroba , mais
indicada e usada por orquidófilos .
Por ser uma planta de fácil
adaptação pode ser cultivada em diversos lugares , como em telados , estufas ,
ripados ou mesmo ao natural, dede que fixadas em arvores vivas , como palmeiras
, dracenas , ipês, laranjeiras e outras mais.
Quando cultivadas em orquidários
respondem mais em locais com maior luminosidade , temperatura não muito baixas
e umidade relativa dos 60% , principalmente durante a noite.
Por conta de seu metabolismo , os
estômatos da cattleya walkeriana permanecem fechados durante o dia , evitando,
assim a perda excessiva de água. Daí a
vantagem de se molhar as plantas dessa espécie somente no final do dia e no
começo da noite. Alem de aumentar e manter a umidade , é também nesse período
que seus estômatos estarão abertos , facilitando a absorção de água e
nutrientes.
Por toda rusticidade em seu
cultivo , como também pela beleza incomparável de suas florações , a cattleya
walkeriana tem sido uma das espécie mais cultivadas não apenas no Brasil, como
no mundo inteiro.
2 – Uso de madeiras
nos orquidários:
O ambiente adequado para o
cultivo da orquídea deve ter uma taxa de umidade entre 60% e 80%. E sob estas condições,
quando a estrutura do orquidário é feita de madeira (o que , ecologicamente já
esta errado ), pode ocorrer maior proliferação de fungos,bactérias, insetos
,caramujos e lesmas , alem de ser
facilitada a germinação de matos no piso.
Produtores profissionais, que
utilizam tecnologia de ultima geração, utilizam a madeira apenas em mesas e
carros para movimentar as plantas no interior da estufa. Na estrutura da estufa
é utilizado aço galvanizado ou alumínio, alem de plástico especiais (100 a 150
micras) e telas de náilon ou
aluminizadas para cobertura e cortinas .Já
o piso deve ser coberto com ráfia de solo na cor preta , o que impede a
germinação de matos e permite uma perfeita passagem de água para irrigação com essas
medidas o solo é mantido sempre úmido , e o ambiente de cultivo é favorecido .
Outro cuidado necessário é com os
corredores entre as mesas de apoio dos vasos, que devem ser nivelados e
revestidos com tijolos e cimento.Com todos esses cuidados a prevenção de pragas
e doenças é facilitada e exige menos
aplicações de defensivos químicos .
Toda essa tecnologia pode e deve
serve ser aplicada em pequenos orquidários na construção da casa de vegetação.
A casca de pinus é um meio de
cultivo bastante propicio ao desenvolvimento da phalaenopsis. A maioria dos
produtores , porem utiliza turfa ,perlita, vermiculita e materiais vulcânicos.
Em relação a estes materiais recomenda se a mistura de casca de pinus com turfa
, o que aumenta consideravelmente a retenção da umidade e dos nutrientes ( elementos que devem ser
atentamente verificados ).
Outro meio de cultivo que tem se
mostrado eficaz é a fibra de coco . nesse caso , deve se estar atento à
quantidade de sal , o que pode ser evitado com regras freqüentes.
3- Uso de defensivos
químicos e naturais:
Uma duvida
bastante comum entre os leitores de revistas especializadas é sobre o melhor
tratamento para as pintas pretas que aparecem nas folhas. Geralmente, eles
desconhecem o que é fungicida, inseticida ou bactericida e acabam intoxicando
suas plantas com a aplicação alternada de um outro, por indicação de
cultivadores.
Pragas e
doenças devem ser diagnosticadas em laboratório de fitopatologia, para que poça
ser feito em um tratamento especifico contra o mal que esta atacando a
orquídea. E o uso de defensivos químicos ou alternativos depende da escolha do
próprio cultivador. Geralmente, quem defende o uso de defensivos químicos não
utiliza os alternativos, por exemplo. Portanto, a escolha depende do
conhecimento de cada cultivador.
4- Irrigação correta
A água,
para as orquídeas, deve ser de excelente qualidade – nem muito acida, nem muito
alcalina-, já que a absorção de nutrientes depende desde o índice de Ph. E, ao
contrario do que muitos acreditam, a água da chuva não é a melhor, pois ela é
acida em conseqüência da poluição do ar, podendo prejudicas as plantas.
A irrigação
das orquídeas deveria ser feita sempre com a tecnologia de gotejamento, que é
fácil de ser instalada em pequenos orquidários. Por este método, a água é
distribuída no substrato, e não nas folhas. Já com a nebulização (de baixo para
cima), é atingida a parte traseira das folhas - região mais flexível e que
possui mais estômatos.
O uso de
mangueira com água sob pressão não é recomendado, pois, desta maneira, os
esporos de fungos e bactérias espalham-se entre as folhas das orquídeas. O uso
correto ocorreria com a instalação de pontas apropriadas com chuveiros
finíssimos, que diminuem o impacto da água sobre as folhas.
5- Uso de adubos
químicos e orgânicos.
Quando se
opta pelo cultivo orgânico, em que os nutrientes são fornecidos as orquídeas
por fungos (decompositores dos componentes de adubos orgânicos), não devem ser
misturados adubos químicos, pois estes são incompatíveis com os microorganismos
necessários a transformação dos componentes de adubos em nutrientes absorvíveis
pelas orquídeas.
Um
biofertilizante usado é o bokashi
é um biofertelizante natural e a
formação de bolor é natural.
Fertilização :Uma das característica
mais importantes para acelerar o crescimento e o desenvolvimento vegetativo,
alem de incrementar a qualidade comercial, é o tipo de fertilização. Se for
realizada adequadamente , as orquídeas poderão fazer uma eficiente associação
simbiòtica com os fungos endomicorrizicos e as raízes .
Adubação inorgânica: A adubação
propicia não somente uma melhor cultura das plantas , como uma boa floração.
Sabemos que a luz é indispensável para a absorção foliar , e a umidade do substrato também é
importante porque mantém as células das folhas dilatadas o que favorece a
penetração dos nutrientes. Os nossos “seedlings “ (plantas que ainda não
floresceram ) , devem ser adubados com produtos da formula 30.10.10 ou 10.05.05
, que por serem ricos em nitrogênio , proporcionam um crescimento mais saudável
e vigoroso as plantas. Essas adubação devem ser feitas a cada 15 dias usando-se
1/2 grama por litro de água. Após as plantas crescerem e ficarem semi adultas ,
com possível espata no próximo pseudobulbo , elas devem ser adubadas com
produto da formula 10.30.20 nas mesma proporções
e espaço de tempo já citados. Sabemos que o nitrogênio , o fósforo e o potássio
são os principais alimentos (macroelementos )
de nossas plantas , acompanhados naturalmente de outros microelementos ,
que geralmente constam na formulação dos adubos fabricados.
Nitrogênio : É o elemento essencial que
regula o crescimento vegetal, tomando parte na síntese de proteínas e formação
da clorofila. Sua carência determina o retardamento geral do desenvolvimento da
planta. Os pseudobulbos se tornam fracos e a brotação fica escassa. O excesso de
nitrogênio provoca um superdesenvolvimento da planta em detrimento da floração,
que fica retardada.
Fósforo : Na ordem de importância , o fósforo é considerado como terceiro
elemento para formação das proteínas. É uma espécie de catalisador que rege a
atividade vital das plantas. Quando há
carência de fósforo, as plantas sofrem por produzirem poucas raízes. O sistema
radicular se desenvolve melhor com a aplicação correta de fósforo , propiciando
um crescimento rápido e forte das plantas ( a adubação correta também favorece
o desenvolvimento das sementes com melhor poder de germinação). Sua falta
produz sintomas de carência como: folhas verdes escuras , com pigmentos púrpura
, brotos novos fracos , com pouco desenvolvimentos que não produzem flores.
Potássio : Trata-se de um elemento
catalisador que regula diversas atividades do vegetal. Os compostos de potássio
são necessário à formação do amido, dos açucares , da celulose e outros hidrato
de carbono. Na sua carência , os pseudobulbos e folhas tornam se fracos e
quebradiço. O excesso de potássio também faz que haja superdesenvolvimento das
partes vegetais prejudicando a floração. A adubação equilibrada com composto de
potássio tornam as plantas mais resistentes contra o ataque de fungos.
Adubação orgânica : Não utilize estrume
de gado ou galinha , porque eles propiciam incontrolável ataque de fungos às
plantas. Um adubo orgânico ideal é composto por:
·
70% de torta de mamona.
·
20% de farinha de osso
·
10% de cinza de lenha vegetal
Aplique uma colher de chá desse
material em cima do substrato e na parte traseira da planta a cada três meses
ou o bokashi a cada dois meses.
Bokashi
Fungos do bem
Disseminado entre produtores e colecionadores de plantas
como um produto milagroso, o bokashi vem conquistando cada vez mais adeptos no
Brasil. "0 nome em japonês significa farelos fermentados, indicando a
composição do famoso adubo", explica o engenheiro agrônomo Roberto jun
Takane, professor de floricultura da Faculdade Cantareira, de São Paulo, SP.
Trata-se de um composto orgânico feito com diversos tipos de
farelos de cereais como arroz, trigo e soja, fermentados por microorganismos
benéficos que fornecem diversos tipos de micro e macronutrientes à planta. A
partir dessa composição básica, cada produtor pode acrescentar diversos
ingredientes, a fim de encontrar o produto ideal para cada tipo de cultura.
Isso mesmo: há bokashi para orquídea, bonsai, bromélia, hortaliças e plantas
ornamentais, sendo que cada composição procura fornecer à planta o que ela mais
precisa.
Takane faz experiências com diferentes misturas a 12 anos e
explica que há dois processos diferentes de fabricação. No método aeróbio, os
farelos misturados passam pelo processo de fermentação ao ar livre. Nesse caso,
além da produção de mau cheiro, a dispersão de nitrogênio é muito grande. Ele
defende o uso do processo anaeróbio, no qual a mistura fica acondicionada em
sacos plásticos resistentes que retêm o nitrogênio.
Além de funcionar como adubo, o produto também tem ação
fungicida. "Os microorganismos benéficos incorporados impedem a
proliferação dos fungos que causam doenças nas plantas", defende. Outra
grande vantagem é o baixo custo do bokashi em relação aos produtos químicos à
base de nitrato, os famosos NPK. Takane revela que 1.000 litros do bokashi
custam por volta de R$ 130.
0 surgimento de bolor indica ação correta dos fungos do
bokashi, responsáveis pelo fornecimento de fósforo e nitrogênio às plantas
Composição do bokashi tradicional
50% de farelo de arroz
20% de farelo de soja
15% de casca de arroz carbonizada
10% de farelo de trigo
Para cada tonelada do produto deve-se adicionar:
1,5 l de água
1,5 kg de açúcar cristal ou mascavo
1,5 l de microorganismos favoráveis (EM)
10 g de sulfato de potássio diluído em água
Como fazer
Apesar de parecer simples, a produção do bokashi é lenta e
cheia de detalhes. Primeiramente, devem-se misturar os farelos de arroz, trigo
e soja com a casca de arroz carbonizada , até que fiquem bem homogêneos. "0
carvão é muito importante para o controle da acidez", explica Takane.
Em seguida, adiciona-se a água, com pH 5,5. 0 profissional
não recomenda o uso de água de torneira, mas, caso essa seja a única opção,
aconselha que permaneça em um recipiente até o cloro evaporar. Em seguida,
acrescentam-se os temperos: açúcar cristal ou mascavo, sulfato de potássio e o
EM (microorganismos eficazes) diluído em água. Para finalizar, o engenheiro
agrônomo coloca uma pequena quantidade de lactobacilos. 0 composto é misturado
e, antes de embalar, é preciso conferir sua consistência, que não pode ser
muito pastosa. "0 ponto ideal é quando conseguimos modelá-la com as mãos
sem que libere água", esclarece.
Aliado ao baixo custo do produto, a dificuldade do processo
faz com que as pessoas prefiram comprar o produto industrializado, vendido em
casas de artigos para jardinagem, orquidários e lojas de produtos naturais.
0 acondicionamento é um passo muito importante. Takane
recomenda o uso de sacos resistentes, como os de ração para animais, que não
podem ter furos. Após ensacar a mistura, aperte bem a embalagem para retirar o
máximo possível de ar e deixar o produto bem compactado.
Feche a boca do saco com fita adesiva, vedando, também, os
possíveis furos. A partir da embalagem, mantenha o produto fechado por vinte
dias em local seco e longe de animais. "Por ser fonte protéica, cães,
gatos e outros bichos podem ingerir a mistura."
Quando for abrir o saco, certifique-se de que ele libera um
leve odor de álcool, sinal que a fermentação teve êxito, e de que contenha
bolor por cima, indicando ação correta dos fungos. "São eles que vão
liberar o fósforo e nitrogênio para as plantas." Ao aplicar nos vasos,
verifique se o mesmo bolor é formado.
Bokashi pronto para ser usado
Como usar?
O bokashi é um adubo de liberação lenta, que deve ser
aplicado a cada dois meses. "Durante esse período, o produto libera o
nutrientes aos poucos", garante Takane. Um cuidado importante na
manutenção é evitar o uso de fungicidas bactericidas. "O segredo da
composição é a presença do microorganismos. Ao aplicar produtos de combate,
eles serão dizimados e o adubo perde seu efeito", alerta.
Acima, como o bokashi deve ser aplicado e, ao lado, sintoma
do ataque de lesmas
No momento de aplicar, não exagere na dose. "Meia
colher de sopa, colocada na borda do vaso, longe da planta, é mais do que
suficiente para o bom desenvolvimento." Usar quantidade maior do que a
indicada pode deixar as folhas amarelas e, em casos mais graves, culminar na perda
do exemplar. Takane ensina que não se deve usar o produto no período de
floração.
A única desvantagem do bokashi é o eventual aparecimento de
lesmas. Fique atento aos sintomas, como brotos e folhas comidas.
6- Inspeção diária
das plantas: a importância do aspecto fitossanitario.
A
observação atenta do aspecto fitossanitario das orquídeas é o melhor preventivo
contra pragas e doenças. Caso seja detectada qualquer anormalidade, a planta
deve ser isolada; e, se não for identificado o problema, a orquídea deve ser
levada para analise, afim de se controlar os patógenos.
Defensivos
alternativos e naturais, como plantas repelentes de insetos ou carnívoras, são
alternativas eficientes para evitas o ataque de insetos transmissores de
doenças. Um recurso fácil é manter, entre as plantas, pequenas bandeiras
amarelas ou azuis com um adesivo apropriado. Tais cores atraem os insetos, que
ficam grudados na superfície das bandeiras e, assim, podem ser levados a
laboratórios para fazer identificação. Dessa maneira, é possível fazer um
tratamento especifico contra essas pragas.
7 – Cuidados no
manuseio das plantas
As mãos do cultivador são maiores
veículos transmissores de pragas e doenças entre as orquídeas. Uma maneira
eficiente de se prevenir esse contagio é utilizar luvas de látex, que devem ser
lavadas com álcool (70%) ou solução desinfetante de hipoclorito de sódio (água
sanitária a 30%) entre o manuseio de uma planta e outra.
A limpeza dos instrumentos com
álcool e a passagem na chama do maçarico garantem a assepsia durante o trato
cultural das orquídeas. Este habito , entretanto , não é muito difundido entre
os cultivadores antigos e, com isso muitos orquidários são cada vez mais
contaminados.
Outra pratica usual, mas que não
é aprovada cientificamente , é o replantio de orquídeas por meio de cortes pela
raízes velhas e novas. Há pesquisas que condenam esse corte , pois as raízes
são estruturadas para absorver , armazenar e sintetizar nutrientes.
Defensivos
caseiros
Contra insetos:
·
Deixar 100g de fumo de corda imerso em dois
litros de água por 24 h
·
Coar em coador de papel
·
Usar 10cc por 10 litros de água e pulverizar as
plantas semanalmente
Contra formigas:
·
Espalhar no substrato um pouco de alho e de
pimenta vermelha torrada e moída.
Contra fungos:
Ø
Pulverizar ou pincelar o local com o seguinte
produto:
·
100 g de sulfato de cobre.
·
100 g de cal virgem queimado
·
10 litros de água sem cloro
Contra acaro :
Soluções naturais: Bovenat PM
(produto à base de Beauveria bassiana), Natuneem (à base de óleo do neem),
Compostonat (à base e óleo de neenn, pimenta-longa e alho).
Perigo dos defensivos
Todos
os produtos utilizados para combater doenças e pragas nas plantas são tóxicas e
muito perigosas para o homem. Atenção para as recomendações do fabricante antes
e durante a aplicação de qualquer produto.
Ø
Muitos deles são voláteis , por isso ,
recomenda-se o uso de luvas e mascara
Ø
Alguns são tóxicos por ingestão e outros
facilmente absolvidos pela pele. Portanto cuidado com o manuseio e evite
contato direto do vestuário e da superfície do corpo com o defensivo.
Ø
Evite fumar ou comer durante as aplicações ,
pois facilita a inalação dos produtos causando intoxicações .
Ø
As roupas devem ser bem lavadas antes de serem
utilizadas novamente
Ø
Os frascos vazios de defensivos devem ser destruídos ou devolvidos ao fabricante conforme
instruções no frasco
Ø
Nunca faça aplicações em dia de ventania ou nas
horas de sol forte
Ø
Quem fizer aplicações deve estar sempre com as
costa voltadas para a direção do vento
Ø
Tenha sempre a mão um antídoto para qualquer
emergência
Ø
Depois da aplicação tome um banho frio e
completo
Ø
Evite contato direto do vestuário e da
superfície do corpo com o defensivo
À primeira vista podem parecer
exageradas as recomendações , mas é melhor prevenir do que lamentar uma trágica
ocorrência .
A
importância do pH
Dos
substrato no cultivo
O ph dos substrato é tão essencial no cultivo das orquídeas, que
pode bloquear a absorção dos nutrientes pelas plantas. A melhor forma de evitar
essa desnutrição é medir corretamente a solução e tomar , em seguida , as
devidas precauções , de acordo com o resultado do experimento.
Muita ente já ouviu falar de pH
, mas não tem idéia de como isso pode influenciar no desenvolvimento e saúde da
orquídea, independentemente da espécie. Alguns orquidófilos ate se preocupam
com o pH da água usada para irrigar as plantas e entendem como isso pode ser
medido e controlado , mas se esquecem de que o substrato em que a planta
está fixada também fica sujeito a
alterações importantes.
Em primeiro
lugar, devemos esclarecer o que é pH. Voltando aos princípios básico da química
, encontramos a definição de pH(potencial hidrogeniônico ) como um numero que varia de 0 a 14 e que
indica se uma solução aquosa é acida , neutra ou alcalina. Um meio é considerado acido quando o valor do pH é
menor que sete , se é maior que sete , dizemos que é alcalino , e para a
concentração igual a sete , temos um meio neutro.
De acordo
com Marco Pólo Campos de Carvalho, professor de botânica com doutorado na área
de fitossanidade, o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro
e micronutrientes pela planta. Se o pH
estiver muito alto ou muito baixo, “trava” a absorção de certos nutrientes ou
seja impede que as plantas possam absorvê-los.
Um exemplo
é o nitrogênio presente no substrato , que é apenas absolvido pela planta se o
pH deste meio estiver entre 6 e 8 . fora desse intervalo , a orquídea não
absolvera o elemento responsável pelo
crescimento da planta.
O professor
Carvalho nos fala sobre um erro comum de orquidófilos que, preocupados com a
nutrição de plantas, começam a adubá-las em excesso e esquecem que o pH
interfere no aproveitamento dos nutrientes pela planta. “Adubam em doses cada
vez maiores, até que um dia o excesso de nutrientes causam intoxicação
radicular e morte da planta. Então devemos sempre ter cuidado e medir o pH do
substrato, afim de garantir ás nossas plantas a completa absorção de todos os
nutrientes oferecidos, para que assim possam crescer sadias, vigorosas e
plenas”.
Mesmo que o
pH de alguns substratos pareçam ideais para o cultivo de orquídeas , é
importante que os níveis sejam verificados periodicamente , já que a adubação e
a água usada na irrigação podem interferir na qualidade do substrato. Para o professor
Carvalho e o orquidófilo Mauricio existe um método simples e barato para que
isso seja feito.
Medindo
o pH do substrato
Antes de
começar o processo de medir o pH , vamos precisar de alguns materiais :
·
Água com pH neutro em quantidade suficiente para
regar o vaso em que o substrato será analisado. Se tiver dificuldades em saber
se a água utilizada é neutra , basta coletar o liquido de qualquer torneira de
sua casa e deixar descansando em recipiente aberto por ate 36 horas. Esse
procedimento permite que o cloro existente na água seja evaporado.
·
Recipiente limpo ( balde, bacia , tigela,
etc...) para coletar a água
·
Kit para medir pH ( pode ser encontrado em lojas
que vendem produtos para piscinas , lojas de aquarismo ou ate em casa de aves).
O método é simples. Regue o
substrato que será analisado ate que a água comece a escorrer pelos furos do
vaso. O excedente que sair , efeito da lavagem do substrato , deve ser coletado
e analisado seguindo as instruções do kit escolhido para medir o pH. Todos produtos
que fazem as medições de pH possuem tabelas de cores indicativas para que você
saiba o resultado , considerando uma escala numérica que varia de acordo com o
fabricante.
O professor Carvalho lembra que
este é um experimento. Há algumas controvérsias , mas é o método mais simples e
da um valor aproximado, pelo qual o cultivador pode situar-se e tomar as
devidas providencias e precauções .
Acido ou alcalino,o que fazer
Com o resultado à mão , o
orquidófilo saberá , mesmo que de forma aproximada , qual é a condição do
substrato em que sua planta está fixada. Se o resultado for extremo ou muito
acido ( pH menor que 7 ) ou muito alcalina ( pH maior que 7 ) , alguma medida
deve ser tomada para que a orquídea tenha seu equilíbrio restabelecido e volte
a absorver os nutrientes presentes no substrato de forma adequada.
Existem produtos que fazem a
correção do pH. Uma forma simples é adicioná-los na água utilizada para
irrigação, que sempre deve ser neutra , e continuar com as medições do pH
quinzenalmente observando a evolução .
Se o substrato estiver muito
acido , utilizamos a amônia , se estiver muito alcalino , utilizamos o acido
fosfórico ou, então a mistura de substratos que também pode auxiliar nesse
controle. Se temos um substrato muito acido , podemos acrescentar vermiculita e
se estiver muito alcalino , utilizamos o sphagnum para correção , sugere o
orquidófilo Mauricio.
TABELA
ÍNDICE DE
ACIDEZ / ALCALINIDADE
SUBSTRATO
|
pH MEDIO
|
Casca de arroz
carbonizada
|
6,5 a 7,0
|
Casca de pinos
|
4,0 a 4,5
|
Espuma fenólica
|
6,0 a 7,0
|
Fibra de coco
|
5,5 a 6,0
|
Fibra de xaxim
|
4,0 a 5,0
|
Perlita
|
6,5 a 7,5
|
Sphagnum
|
3,5 a 4,2
|
Turfa
|
3,5 a 4,5
|
Vermiculita
|
7,5 a 8,5
|
Erros
no cultivo
- Cultivo com plantas super-postas ( umas sobre as outras)
- Orquidário feito em madeira (ecologicamente errado)
- Irrigação de água da chuva ( é muito acida para as orquídeas)
- As raízes não devem ser cortadas na troca de substrato (evita o estresse causado pelo replantio)
- Excesso de água pode matar a planta mais facilmente do que a falta da água
- Substrato duros provocam o apodrecimento das raízes , pois tem maior capacidade de retenção de água
- A deficiência de luz diminui a floração
- O calor pode ser nocivo a orquídea tanto por excesso como por falta de calor
Umidade excessiva , acompanhada
por quedas de temperatura , torna as plantas mais sensíveis ao ataque de
doenças.
- O pH errado pode causar danos a orquídea trazendo doenças .
- Na carência de potássio , os pseudobulbos e folhas tornam se fracos e quebradiço
- O excesso de potássio também faz que haja superdesenvolvimento das partes vegetais prejudicando a floração.
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